Ambientes que inspiram, promovem o bem-estar e estimulam a conexão com a natureza. O paisagismo biofílico em espaços de aprendizagem reconhece a importância desse vínculo para o desenvolvimento dos estudantes, uma vez que ele beneficia o bem-estar, o desempenho acadêmico e a saúde das pessoas. Selecionamos oito projetos que trazem elementos naturais para a sala de aula, ou que a colocam diretamente na natureza, para ilustrar as qualidades que estes espaços podem conter.
Ao incorporar elementos biofílicos, como vegetação, água, luz natural e materiais naturais, os espaços educacionais se tornam mais estimulantes e propícios à aprendizagem. O contato com a natureza dentro e ao redor de espaços de aprendizagem proporciona uma série de benefícios, incluindo o aumento da criatividade, da concentração, da produtividade e da qualidade do ar.
Existem várias maneiras de implementar o paisagismo, no Jardim de Infância YueCheng, realizado por MAD Architects, há um protagonismo dado para os espaços verdes ao ar livre. As áreas de recreação com vegetação abundante torna o contato com a natureza mais próximo no cotidiano dos alunos, combinando "antigas árvores e céu infinito," para criar "um cenário surreal que inspira as crianças a pensar, refletir e buscar possibilidades infinitas."
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Os benefícios da biofilia para a arquitetura e os espaços interiores"Uma assembleia mais que humana como coração da escola." Este foi um dos objetivos da Escola Reggio, projetada por Andrés Jaque / Office for Political Innovation, na qual "o segundo andar foi formalizado como um grande vazio aberto por arcos em escala de paisagem para os ecossistemas circundantes - é concebido como a principal praça social da escola. Aqui, a arquitetura incentiva professores e alunos a participar da gestão escolar e a interagir com as paisagens e territórios circundantes. (...) Ecologistas e cientistas do solo projetaram pequenos jardins feitos especificamente para abrigar e nutrir comunidades de insetos, borboletas, pássaros e morcegos." Um espaço no qual alunos e professores "podem se conectar com os ecossistemas dos quais fazem parte."
A entrada de luz natural também desempenha um papel importante no paisagismo biofílico. No Laboratório de Tecnologia e Meio Ambiente Mencoriari, a equipe de arquitetura do Semillas proporciona uma sensação de conexão com o ambiente externo ao manter o espaço aberto e com fechamentos em chapas translúcidas de polipropileno, de modo que a iluminação natural beneficie a saúde visual e o ritmo circadiano dos estudantes.
Posicionado junto a um bosque, o Centro para Universidade LUISS Guido Carli, realizado por Alvisi Kirimoto + Partners + Studio Gemma, busca uma conexão com o exterior através de grandes planos de vidro no pavimento superior ou ao criar uma sala de conferências no térreo livre. Concebendo, assim, um espaço protegido das intempéries, mas com a presença das árvores e toda a experiência sinestésica que elas proporcionam.
A incorporação de elementos naturais nos materiais de construção contribui para uma sensação de harmonia com a natureza e reduz o impacto ambiental. Na Escola Primária 140 na comunidade de Santa Cruz de Villacuri, “Barrio Chino”, de Betsaida Curto Reyes + Atelier Ander Bados, palha, bambu, tijolo, madeira, são alguns dos materiais que ajudam a compor a arquitetura e a criar estratégias de conforto no espaço. Além disso, o paisagismo tem um importante papel para manter "uma cuidadosa continuidade do contexto: oliveiras, bambu, iúcas, terra... a alma de Villacuri."
Em "conformidade com os conceitos tradicionais de habitações rurais de cabanas de bambu ou barracos temporários," Vin Varavarn Architects projetou o Centro de Aprendizagem em Economia e Agricultura de Subsistência PANNAR. Um "um grande e aberto pavilhão para facilitar o uso flexível de funções com luz natural e ventilação natural." No qual, "o telhado amplo e proeminente feito de bambus cultivados localmente ajuda a coletar e drenar a água da chuva para pequenos canais ao redor do prédio e, por sua vez, redirecionar a água para alimentar outras áreas do terreno antes de chegar aos reservatórios naturais para uso durante a estação de seca."
A Escola Infantil Coreana Arboretum Children's Forest busca ensinar as crianças sobre a importância das florestas e do meio ambiente de uma forma divertida e fácil através da construção e exibição de espaços ao ar livre. Para isso, a equipe do GEEUMPLUS preservou os antigos abetos e ciprestes, e organizou a construção ao redor dessas árvores. Segundo os arquitetos, "considerando que o edifício é uma casa na árvore no meio da floresta, o acabamento externo é feito em madeira ecológica para criar uma elevação que corresponda às árvores circundantes."
Por fim, na Escola primária de língua estrangeira Shanghai Fushan Tangcheng (Peide Campus) foi criada uma "série de pátios e escadas conectam os espaços públicos superiores e inferiores, formando um local rico espacialmente." Os arquitetos do Huajian Group Shanghai Architectural Design & Research Institute também pensaram no pé-direito do térreo e no raio dos orifícios na parte superior para conceber espaços protegidos, mas que garantem a entrada da luz solar. Já o segundo nível, conforma um espaço público aberto ao ar livre, com um jardim na cobertura dominado por espaços verdes.